O Real Madrid resistiu à tempestade, silenciou a multidão e acabou com o breve domínio do Manchester City na Liga dos Campeões. Os reis de todos os tempos da Europa deram um passo mais perto do 15º título na competição que dominaram, após uma vitória por 4-3 na quarta-feira nos pênaltis no Etihad Stadium.
Mas não antes de ser levado ao limite pelo atual campeão City.
Jude Bellingham, meio-campista do Real Madrid, descreveu o jogo como uma batalha emocionante: “Eu estava praticamente morto no final. É tão difícil. Eles estão continuamente sondando a bola e movimentando você. A maioria dos times desmoronaria quando o City ficasse em cima de você, mas nós nos levantamos muito bem.”
O jogo chegou à incerteza de uma disputa de pênaltis depois de terminar em 1 a 1 na noite e em 4 a 4 no total.
O City dominou as chances depois de perder para o gol de Rodrygo aos 12 minutos, mas só teve o empate de Kevin de Bruyne aos 76 para mostrar sua superioridade, que incluiu 64% de posse de bola e 18 escanteios contra o do Real Madrid na prorrogação.
Isso pouco contou, já que Antonio Rudiger marcou o pênalti decisivo, depois que Bernardo Silva e Mateo Kovacic viram seus pênaltis defendidos.
“Nesta competição é assim que o futebol acontece”, disse o técnico do City, Pep Guardiola. “Em outros esportes, por (essas) estatísticas, teríamos vencido.”
Guardiola teve poucas reclamações. Ele aceitou que sua equipe não conseguiu capitalizar contra um time de Madrid que foi forçado a se defender contra onda após onda de ataque.
Erling Haaland acertou a trave com uma cabeçada no primeiro tempo. De Bruyne rematou por cima da área no segundo tempo.
O Real Madrid cavou fundo, segurou e agora enfrenta o Bayern de Munique nas semifinais, depois que os alemães venceram o Arsenal por 1 a 0 na quarta-feira e por 3 a 2 no total.
“Hoje tudo se resumiu à mentalidade”, disse Bellingham.
A derrota encerrou a tentativa do City de se tornar o primeiro time inglês a conquistar títulos consecutivos da Liga dos Campeões e sua busca por triplas sucessivas. Ainda é um desafio o título da Premier League e a FA Cup.
A vitória do Madrid fez com que o gigante espanhol avançasse para as semifinais pelo quarto ano consecutivo – negando ao City a chance de imitar esse feito.
“Tratava-se de sobrevivência”, disse o técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti. “O Madrid é um clube que luta sempre para permanecer em situações onde parece não haver saída – mas sempre encontramos uma maneira. Quando chegou a disputa de pênaltis, estávamos totalmente convencidos de que iríamos seguir em frente.”
Ancelotti já conquistou o recorde da Liga dos Campeões quatro vezes como treinador – uma a mais que Guardiola – e pode ampliar esse recorde erguendo o troféu pela terceira vez com o Real Madrid.
Para Guardiola, isso está de volta à prancheta depois de ver seu time abrir mão do troféu que conquistou pela primeira vez no ano passado e encerrar sua espera de 12 anos para triunfar novamente na competição mais exigente do futebol europeu de clubes.
“Tenho que agradecer a esses jogadores do fundo do meu coração pela forma como jogaram. Mas futebol é vencer e não fizemos o suficiente, mas fomos excepcionais”, disse ele.
Esta foi a terceira temporada consecutiva que Madrid e City se enfrentaram na Liga dos Campeões, no que está se tornando uma rivalidade clássica. O vencedor de seus encontros vencerá a competição em cada um dos últimos dois anos.
O Real Madrid vingou a derrota do ano passado quando a defesa do troféu terminou com uma goleada de 4 a 0 para o City nas semifinais.
O meio-campista inglês Bellingham foi fundamental para o primeiro gol do Real Madrid, com um momento de brilhantismo para abrir o City. Recebendo uma bola alta logo após a linha do meio, ele desviou a atenção de Rodri com um toque hábil para desviar o adversário.
Essa pressão acabou valendo a pena quando De Bruyne empatou o jogo, levantando a bola bem alto para a rede, depois que Rudiger conseguiu desviar apenas parcialmente um cruzamento do substituto Jeremy Doku.
Sem mais gols na prorrogação, o jogo foi para os pênaltis e o City imediatamente aproveitou a vantagem depois que Julian Alvarez converteu o pênalti inicial e o remate de Luka Modric foi defendido.
Mas o goleiro do Real Madrid, Andriy Lunin, defendeu sucessivos pênaltis de Silva e Kovacic para balançar a balança a favor dos visitantes. A tentativa de Silva foi bem no meio e facilmente apanhada na altura do peito por Lunin.
Coube a Rudiger dar o chute da vitória que deixou os torcedores do Real Madrid loucos e os torcedores do City para casa.
“Sofremos muito esta noite porque o City realmente colocou você sob pressão”, disse o capitão do Real Madrid, Nacho. “Mas nós somos o Real Madrid. Nós sempre, sempre lutamos até o fim.”
**Marlus Pasinato, 18 de abril de 2024, 16h23 – www.libertadores.com.br**
