quinta-feira, 21 novembro, 2024
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O crime custa ao Brasil centenas de bilhões anualmente

De acordo com dados do estudo Violence Atlas, o Brasil gasta 5,9% do seu produto interno bruto (cerca de 120 mil milhões de dólares) todos os anos no crime e na violência. Contudo, olhando apenas para o sector privado, a despesa equivale a 4,2% do PIB.

Os gastos, neste contexto, incluem custos com segurança privada e seguros, bem como gastos com saúde, segurança pública e sistemas prisionais.

Por exemplo, os roubos de carga aumentam o custo do frete para empresas privadas, e a violência pode levar a perdas de produtividade devido ao aumento do risco, problemas de saúde dos funcionários e dias perdidos de trabalho.

“O crime é uma realidade e se quisermos evitá-lo temos que compreender o seu real impacto na economia”, disse Renato Sérgio de Lima, chefe do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo estudo Atlas da Violência. “Temos que compreender o seu poder militar, financeiro e político, e a captura da economia formal para que o crime organizado se financie.”

A segurança pública tem sido uma grande pedra no sapato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma pesquisa da Atlas Intel realizada em março mostrou que o presidente se saiu mal entre os eleitores em questões relacionadas à segurança. A percentagem de entrevistados que aprovaram as políticas de segurança pública do governo foi superada em número pelos que desaprovaram, por uma grande margem de 42 pontos percentuais.

De acordo com o instituto de pesquisas Quaest, oito em cada dez eleitores acreditam que a criminalidade piorou no ano passado. Enquanto isso, a Atlas Intel mostra que dois terços dos brasileiros acreditam que os criminosos e o tráfico de drogas são as principais preocupações do país, acima das preocupações com a economia e a inflação.

O crime organizado está dominando as manchetes no Brasil no momento, depois que o Ministério Público de São Paulo lançou na terça-feira um Operação visando duas empresas de ônibus suspeitas de lavagem de dinheiro para o grupo criminoso organizado Primeiro Comando da Capital, mais conhecido como PCC.

Várias investigações policiais encontraram ligações entre executivos e gangues de traficantes e sinalizaram atividades financeiras suspeitas nessas empresas – e, ainda assim, isso não impediu muitos de assinarem novos contratos com a cidade de São Paulo.

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